
President Donald Trump meets with Argentina’s President Javier Milei at the Gaylord National Resort & Convention Center in Oxon Hill, Maryland, on Saturday, February 22, 2025. (Official White House Photo by Molly Riley)
Em entrevista concedida nesta segunda-feira (14) ao canal argentino Neura, o presidente da Argentina, Javier Milei, atribuiu à sua proximidade com Donald Trump a decisão dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de apenas 10% sobre produtos do Brasil e dos demais países do Mercosul.
Segundo ele, a medida evitou penalizações mais severas às exportações da região.
Durante a conversa com o apresentador Alejandro Fantino, Milei foi questionado sobre a crítica recebida pelo jornalista após afirmar que compreendia a aplicação da mesma taxa à Argentina e aos demais parceiros do bloco, apesar da afinidade política do presidente argentino com o presidente norte-americano.
Fantino argumentou que uma medida mais dura contra o Brasil teria impactos diretos sobre a economia argentina: “Se o Brasil fica doente, a Argentina fica doente”, disse. Milei concordou com a afirmação, sorrindo: “Digamos que sim”.
De acordo com Milei, o Mercosul — composto por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Bolívia — foi incluído na taxa de 10% como forma de evitar um desvio de comércio após a aplicação inicial da tarifa apenas à Argentina.
“A tarifa que corresponderia à Argentina seria de 35%, mais penalidades. Colocaram 10% para nós, o que gerava um desvio de comércio. Estenderam para o Mercosul e, ao perceberem o peso do bloco na América do Sul, colocaram 10% para todos”, explicou.
O presidente ainda destacou que uma sobretaxa de 35% ao Brasil poderia afetar diretamente a economia argentina.
“O que você acha? Óbvio”, respondeu, ao ser questionado se a decisão de Trump evitou maiores danos ao bloco.
Milei também revelou que seu governo vem trabalhando para adaptar a legislação argentina às exigências de reciprocidade tributária dos Estados Unidos. Segundo ele, das 16 normas requeridas, 15 já foram ajustadas.
A declaração ocorre em meio a um momento de tensão comercial e política na região, com o Mercosul tentando preservar sua competitividade diante de pressões externas e internas.