
A Casa Branca anunciou nesta terça-feira (15) que a China enfrentará tarifas de até 245% sobre suas exportações para os Estados Unidos, em resposta ao que o governo classificou como ações retaliatórias de Pequim.
A medida faz parte da política comercial do presidente Donald Trump, que tem adotado uma postura cada vez mais agressiva em relação ao gigante asiático.
Inicialmente, o comunicado oficial não detalhava como o número foi calculado.
No entanto, uma atualização no site da Casa Branca esclareceu que o valor inclui uma combinação de tarifas: 125% de caráter recíproco, 20% relacionadas à crise do fentanil, e sobretaxas previstas na Seção 301 da Lei de Comércio, que podem variar de 7,5% a 100%, dependendo do produto.
A Seção 301 permite que os EUA reajam a práticas comerciais consideradas injustas por governos estrangeiros.
Entenda a guerra comercial entre os EUA e a China
Segundo o Departamento de Comércio americano, a China foi alvo de investigação por condutas desleais envolvendo transferência forçada de tecnologia, violações de propriedade intelectual e interferências em setores estratégicos como inteligência artificial, robótica, veículos elétricos e aeroespacial.
“A imposição dessas tarifas é uma medida para nivelar o campo de atuação e proteger a segurança nacional dos Estados Unidos”, afirma o texto do governo Trump.
Em resposta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, desconversou sobre o valor exato das tarifas, sugerindo que a imprensa “pergunte ao lado americano”. Ele reforçou, no entanto, que Pequim manterá sua posição diante das investidas comerciais de Washington, conforme reportado pelo jornal estatal Global Times.
As novas tarifas se somam a uma série de ações anunciadas no início do mês, quando Trump instituiu o chamado “Dia da Libertação” (Liberation Day).
Na ocasião, foi imposto um imposto de 10% sobre produtos de mais de 180 países e definidas tarifas específicas para as nações com as quais os EUA mantêm os maiores déficits comerciais. Em alguns casos, essas taxas chegaram a 50%.
Desde então, a Casa Branca vem reforçando a narrativa de que os esforços de Trump são fundamentais para “proteger os empregos americanos, garantir soberania econômica e conter o avanço de práticas predatórias que ameaçam a competitividade do país”.
As reações globais ainda estão se desenrolando, mas especialistas apontam que a escalada tarifária entre as duas maiores economias do mundo pode gerar novos impactos na cadeia global de suprimentos e acirrar tensões em setores-chave da economia internacional.