
Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi eleito como novo papa. Ele é próximo do Papa Francisco e fez voto de pobreza. No entanto, sua trajetória é marcada por controvérsias, incluindo acusações de ter encoberto denúncias de abuso cometidas por padres em Chicago e no Peru.
No ano passado, Prevost e seu sucessor em Chicago, Blaise Cupich, foram criticados por não terem tomado medidas contra dois agostinianos que foram condenados por abuso na década de 1980 e 1990.
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No Peru, Prevost foi acusado por três religiosas de ter encoberto uma denúncia em que elas afirmam ter sido vítimas de abusos sexuais cometidos por dois padres.
A diocese de Ciclayo informou que o então bispo havia aconselhado a apresentação de uma queixa às autoridades civis, mas o processo canônico foi interrompido quando o judiciário arquivou o caso devido ao prazo de prescrição.
Quem é Robert Francis Prevost?
Natural de Chicago, Illinois, Prevost nasceu em uma família de origem francesa e formou-se em Direito Canônico. Ele era muito próximo do Papa Francisco, que o promoveu a cardeal. Com um perfil moderado, sua escolha indica que os cardeais pretendem dar continuidade ao legado de seu antecessor.
Prevost é considerado uma figura ‘ianque latino-americana’, pois passou boa parte de sua vida em trabalho missionário no Peru entre 1985 e 1999. Em 2001, retornou a Chicago como prior da Ordem de Santo Agostinho, cargo que ocupou até 2013. Em 2023, o Papa Francisco o chamou de volta a Roma, onde se tornou prefeito do Dicastério para os Bispos e presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina.
Fluente em espanhol, português, italiano e francês, Prevost demonstrou especial atenção aos marginalizados e migrantes no Peru, algo que foi muito apreciado por Francisco. Como prefeito dos bispos, ele nomeou centenas de prelados, formando uma geração de religiosos abertos e progressistas. Apesar disso, é visto como um cardeal reservado e equilibrado.
Em 2023, Prevost, junto com o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, lidou com o debate sobre o caminho sinodal na Alemanha, que estava se tornando inovador e corria o risco de causar um cisma. Ele conseguiu trazer o debate de volta à ortodoxia sem traumas.