
O caso Vitória me atravessa como mulher, como comunicadora, e como alguém que dedica a vida a investigar o que muitos fingem não ver.
Ver uma adolescente brutalmente assassinada após sair de um transporte oficial, sem que nenhuma câmera funcione, sem que existam respostas claras ou movimentações firmes por justiça, não é apenas revoltante — é sintomático.
É o retrato de uma gestão que normalizou a omissão.
De um sistema que escolhe quem merece ser lembrado.
De um silêncio que dói mais do que qualquer grito.
Como investigadora digital, formada em Direito e especialista em análise criminal, não consigo assistir esse caso sem sentir o peso de tudo que não foi feito — e de tudo que ainda tentam esconder.
Vitória não é só uma vítima. É um lembrete cruel de que o problema nunca foi a falta de recursos — foi a falta de vontade de proteger.