
O Ministério Público (MP) investiga uma possível “rachadinha” em seis shows contratados pela Prefeitura de Campinas após encontrar preços acima do mercado.
O dinheiro veio de emendas parlamentares do ex-vereador Marcelo da Farmácia (PSB) e de três vereadores em exercício: Edison Ribeiro (União Brasil), Arnaldo Salvetti (MDB) e Nelson Hossri (PSD).
De acordo com o MP, o sobrepreço chega a 78% em um dos casos, bancado com emenda de Marcelo da Farmácia. O ex-vereador está em quatro dos seis casos investigados.
O show de uma dupla sertaneja custou uma média de R$ 53,3 mil em três cidades do estado de São Paulo, sendo que a mesma apresentação foi contratada em Campinas pelo valor de R$ 95 mil.
A investigação começou no início do ano passado após uma denúncia anônima. O uso do dispositivo de emendas impositivas em Campinas começou em 2023.
O MP recomendou a suspensão de das emendas impositivas para a contração de shows sem licitação acima de R$ 100 mil.
Vereadores culpam Prefeitura de Campinas por possível superfaturamento
Os três vereadores em atividade dizem que a Prefeitura de Campinas, por meio da Secretaria de Cultural, é a responsável pela contratação dos shows, bem como a apresentação de notas e valores dos shows.
A secretária de Cultura Alexandra Caprioli foi ouvida pela promotora Cristiane Corrêa de Souza Hillal.
Caprioli disse que o processo da Secretaria é um “inibidor” das “rachadinhas”, mas que não poderia garantir que não tenha ocorrido.
O ex-vereador Marcelo da Farmácia afirma no processo que não houve nenhuma irregularidade.
Já as empresas responsáveis pelos shows também serão investigadas.
Prefeitura de Campinas diz que não define os cachês
A Prefeitura de Campinas disse que os valores dos shows são: “estabelecidos com base em comprovações de preço praticado nos últimos 12 meses, e o preço final contratado é sempre o menor valor apresentado nesse conjunto”.